No Brasil, o hábito de se depilar é datado desde o seu descobrimento. Na carta de Pero Vaz de Caminha à corte portuguesa, suas primeiras impressões relatavam a falta de pelos pubianos das índias, que utilizavam espinha de peixe-lixa como forma de depilação. Hoje, as técnicas são mais sofisticadas e o hábito de se depilar não é mais uma exclusividade feminina. Em nome da praticidade, e também da beleza, os homens estão descobrindo os benefícios da depilação.
Agora, uma pesquisa publicada no periódico Sexually Transmitted Infections relacionou o aumento do número de uma infecção viral da pele no país à crescente popularidade de depilações pubianas – entre elas, a chamada ‘depilação à brasileira’, que remove a maior parte dos pelos da região. Outro estudo, da Universidade da Califórnia revelou que a depilação da área genital está relacionada a DSTs cutâneas – como herpes, sífilis e molusco contagioso -, secretórias – como gonorreia, clamídia e HIV. Neste estudo, herpes, sífilis e molusco se mostraram especialmente incidentes em quem remove todos os pelos da área genital. A depilação mais cavada ou que retira todos os pelos é conhecida internacionalmente como “brazilian wax” (ou depilação à brasileira, em tradução livre).
O problema deste tipo de depilação que retira tudo ou quase tudo, é que a proteção natural da abertura vaginal fica comprometida. Além disso, os cortes ou folículos abertos em uma zona úmida aumentam a possibilidade de infecções por bactérias ou vírus, incluindo um risco maior de contrair herpes ou outras doenças sexualmente transmitidas. O pelo púbico também oferece proteção durante as relações sexuais e se o casal estiver completamente depilados, existe um maior risco de que qualquer infecção que se encontre na pele possa ser transmitida ao outro. As pessoas não percebem que retirar os pelos da área íntima não é o mesmo que tirar os pelos de outras áreas do corpo. Ali é uma porta de entrada para os órgãos reprodutivos e fica muito próximo da região por onde liberamos as excretas. Além disso, a causa da maior incidência de DST em quem faz depilação pode estar relacionada às microlesões causadas na pele, que facilitam a entrada de micro-organismos causadores de doença.
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