As pessoas idosas homossexuais enfrentam preconceitos duplamente: pela idade e pela opção sexual. Alguns ainda sofrem o constrangimento de terem de esconder sua sexualidade na velhice para se adequar aos padrões das instituições onde residem ou por exigências familiares frente à fragilidade e desafios que enfrentam.
Roman Blank, 96 anos, percorreu um caminho inverso: assumiu ser homossexual há apenas um ano. Reuniu a família e revelou aos dois filhos, cinco netos e um bisneto o segredo de uma vida inteira. Identificou sua sexualidade por volta dos cinco anos de idade e Ruth, sua mulher há 67 anos, soube de sua preferência sexual após o nascimento da segunda filha. Mas seguiram casados e numa relação amorosa que aparentava ser um modelo de casamento.
Os dois são judeus, sobreviventes do Holocausto. O casal perdeu seus familiares durante a segunda guerra e reconstruíram suas vidas nos Estados Unidos, onde residem. Mas a marca do medo e da violência permaneceu indelével em suas consciências. E, no contexto de repressão e preconceito contra os homossexuais das últimas décadas, escolheram viver juntos e em família, para garantir que a aceitação e a segurança fossem mantidas. Somente após 90 anos sem poder manifestar sua verdadeira natureza, Roman decidiu “sair do armário” e assumir corajosamente sua posição, como conta neste vídeo.
Atualmente, um de seus netos está produzindo o documentário “On way out - An Unconventional Love Story”, onde conta a história dos avós à luz da complexidade das relações e das diferentes formas de amar. No site http://www.onmywayout.com/ é possível saber mais sobre a família, ver as fotos do casal e ainda colaborar com o financiamento do filme.
Neste Dia de Combate à Homofobia, a história de Roman traz uma mensagem de esperança, coragem e liberdade: nunca é tarde para ir de encontro à sua essência e ser feliz.
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