Em busca da fama virtual, adolescentes de 12 a 17 anos estão aderindo cada vez mais ao “sexting”. O fenômeno criado por jovens nos EUA há cerca de cinco anos chegou recentemente ao Brasil. O termo é originado da união de duas palavras em inglês: “sex” (sexo) e “texting” (envio de mensagens). Para praticar o “sexting”, meninos e meninas produzem e enviam fotos sensuais de seus corpos nus ou seminus usando celulares, câmeras fotográficas, contas de e-mail, salas de bate-papo, comunicadores instantâneos e sites de relacionamento.
Os adeptos também mandam mensagens de texto eróticas no celular ou internet com convites e insinuações sexuais para namorados, “ficantes”, paqueras, pretendentes ou amigos. A prática preocupa representantes da Polícia Civil, do Ministério Público de São Paulo e entidades civis de preservação dos direitos humanos na internet ouvidos pelo G1. Todos alertam para o risco da pornografia infantil e prostituição.
Vejo isso como um perigo muito grande. O pedófilo percebe isso e começa a ganhar intimidade"Tales de Oliveira, promotor“Vejo isso como um perigo muito grande. O pedófilo ou o aliciador percebe isso e começa a ganhar intimidade. Isso acaba sendo porta para prostituição”, afirmou o promotor Tales de Oliveira, do Departamento de Execução da Infância e Juventude de São Paulo, ao G1.
Bastam alguns cliques para ver adolescentes em poses provocantes, se exibindo em imagens postadas por eles mesmos em álbuns de fotos, sites pessoais e vídeos. Vale tudo para chamar a atenção. As meninas ficam só de lingerie ou biquíni, agarram ou beijam amigas na boca, mostram closes de decotes ousados e até autografam os próprios seios com o nome de suas páginas ou de colegas. Os garotos preferem ficar de cuecas, sem camisa, ou abraçar garotas simulando atos sexuais. Em outros casos, jovens chegam a ficar nus.
Com preços acessíveis, uma máquina digital ou celular com câmera não são mais exclusividade de filhos da classe média. Por conta disso, é quase impossível contabilizar o número de praticantes do exibicionismo juvenil. Segundo a Safernet Brasil (organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na proteção e promoção dos direitos humanos na internet), quem mais acessa a rede mundial de computadores é o jovem entre 16 e 24 anos, o que representa 78% do total de internautas no país.
Neste universo, ganha fama quem tiver mais acessos no seu fotolog, Orkut e YouTube. Outra maneira de ser popular é vencer os concursos virtuais promovidos pelos sites. Depois disso, a celebridade instantânea irá contar com fã-clubes e uma legião de seguidores.
Fonte: http://www.g1.com/
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