sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Qual é o valor do sexo para um homem e para uma mulher?


Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) com 8.200 brasileiros em dez capitais confirmou a versão dos botequins. Para a mulher, sexo é a oitava prioridade na vida. Para o homem, é a terceira. “Homem faz sexo para se sentir bem. Mulher precisa se sentir bem para fazer sexo.” A afirmação é de Carmita Abdo, professora de psiquiatria na USP e coordenadora da pesquisa.

Eram dez os itens de qualidade de vida listados na pesquisa. Para as mulheres, a satisfação com o sexo só ganha de “exercícios regulares” e “férias regulares”. Todo o resto seria mais importante: alimentação saudável, convívio com a família, horas de sono, trabalhar no que gosta, cuidados com a saúde, convívio social, atividades culturais. Os homens enxergam duas únicas coisas mais valiosas que o sexo: alimentação saudável em primeiro lugar e tempo de convívio com a família.

É verdade que a pesquisa não incluiu futebol. Sem futebol no domingo, a felicidade do brasileiro depende, pela ordem, de três prazeres: mesa, casa e cama. Ele só pensa naquilo. Ou nem tanto. A macarronada e a família vêm antes. Seria mais fácil para um homem ser feliz? Ele exigiria menos da vida e se comprometeria menos?

Naturalmente eu não imaginava que o sexo teria o mesmo significado para eles e elas, especialmente em pesquisas, que lidam com médias. Mas achar o sexo menos importante que atividades como o sono, hobbies, cultura e encontros com amigos talvez seja, nas mulheres, um sinal de desconhecimento do próprio corpo e dos efeitos benéficos do prazer e do orgasmo sobre todo o resto da vida – o sono, a saúde, a produtividade e o humor. Será que andam em falta na cama imaginação e fantasia? Ou homem mesmo?

No ano 2000, a OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu o sexo oficialmente como um item de qualidade de vida. Junto à satisfação no trabalho, em casa e no lazer. Foi com base nesse estudo que a USP encomendou a pesquisa.

“Como já se sabia, a mulher não precisa de tanta frequência de relações sexuais”, diz a psiquiatra Carmita. “Mas ela está mais exigente. Quer que os parceiros cuidem mais da aparência.” E hoje, segundo a pesquisa, quase metade das brasileiras (43%) faria sexo com alguém sem envolvimento afetivo. Essa é uma tremenda mudança. Mas a maioria ainda prefere o sexo com amor.

Em um sentimento, homens e mulheres são iguais. A maior preocupação deles e delas, na hora do sexo, seria agradar ao outro. Não se sabe se por generosidade, submissão ou egocentrismo. O tal “foi bom para você” costuma ser um chavão. Masculino. Ser bom de cama é um desejo comum de dois.

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